segunda-feira, 7 de abril de 2014

Um dia pra ficar na memória dos são-manuelenses!

É inegável: o assunto de toda a cidade é sobre a passeata de sábado, contra a taxa do lixo. São Manuel jamais teria visto algo parecido como aconteceu no sábado, um mix de emoções, geradas pela falta de bom senso e humanismo de nossos governantes.

Apesar de termos levado um cano da TV TEM e da Polícia Militar, fomos pra rua, juntos,  no maior sentimento de cidadania. Estimamos os participantes em 150 pessoas a princípio, mas, depois de analisarmos os vídeos com mais calma, constatamos que havia muito mais do que isso,  em especial, quando a passeata chegou na avenida José Horácio Mellão, onde TODAS as faixas, nos dois sentidos, foram interditadas por aproximadamente 30 minutos.

Neste momento, um dos motoristas não quis colaborar e não aceitou ficar parado por alguns minutos, o que gerou a revolta de algumas pessoas, em especial, de senhores de mais idade, que cruzaram os braços na frente do carro, dizendo que ali ele não passaria, algo que nos surpreendeu, por serem pessoas aparentemente mais "conservadoras".

E assim foi feito, o motorista teve de esperar por mais alguns minutos, até a via ser liberada.

Correto ou não, como aprendemos no local, só seremos vistos quando realmente incomodarmos, afinal, aquelas 200 pessoas estavam ali representando as outras 38 mil que não foram capazes de saírem de suas casas, lutando pelo bem que é de todos os cidadãos de São Manuel, dando a cara pra bater.

Em seguida, a passeata seguiu por um dos lados da avenida, até o primeiro semáforo, onde retornamos em direção ao poli. Neste momento, nos deparamos com os motoristas que ficaram presos no engarrafamento, do outro lado da avenida, e para nossa surpresa, eles não estavam zangados, pelo contrário, estavam buzinando, saindo dos carros e fazendo sinal de positivo para nós, o que nos incentivou a aumentar o tom da voz e gritar mais alto a frase mais repetida durante a noite: JÁ CHEGA, JÁ BASTA, O POVO NÃO QUER TAXA!".

Outra surpresa nos ocorreu no momento que chegamos novamente na esquina do poliesportivo, onde o intuito era descer direto ao Altar da Pátria, na praça da Matriz, como já havia sido combinado.

Porém, grande parte dos presentes decidiu descer a rua Antônio Pascon, em direção à casa do prefeito Marcos Monti!

Ficamos receosos do que poderia acontecer, pois isso não foi cogitado em nenhum momento por parte da organização, mas, como a voz do povo é a voz de Deus, acatamos e fomos todos em direção à grande casa de número 1300.

Ao chegarmos lá, nos deparamos com dois guardas municipais, fazendo a "escolta" da residência, mas foram desnecessários, pois a intenção do povo era somente passar seu recado, que foi muito bem passado através dos gritos, buzinas e assovios.

Depois dali, descemos até a avenida Aldo Marini, em direção ao Altar da Pátria, onde encerramos a passeata, entoando o hino nacional e abrindo a palavra à população.

Em suma, acredito que o saldo da passeata tenha sido positivo, apesar de que o número de pessoas poderia ter sido muito maior, mas, levando em consideração o medo que muitos tem do coronelismo que ainda vivemos, e dos acomodados de plantão, que só reclamam via Facebook, mas nunca aparecem quando é necessário, foi satisfatório, pois os presentes deram conta do recado, representando todos os outros omissos.

É claro que dentro de toda a população soma-se os que realmente não puderam estar presentes por força maior, e também os que não estavam sabendo, apesar da grande divulgação que foi feita através de carro de som, cartazes espalhados pela cidade, Facebook, blog, sites, jornais e rádios (sem rabo preso), e também pelo boca a boca.

E pra acabar, recebemos informações de que alguns funcionários públicos estavam nos espionando de dentro da churrascaria Portal Gaúcho, fotografando de longe.

Faltou coragem pra se aproximarem do povão?

Acredito que o povo saiu feliz depois da passeata, pois ali todos puderam por pra fora todo seu descontentamento, e o melhor, juntos, nos sentimos bem mais fortes.

Agora, cá pra nós, o prefeito DEVE explicações ao povo, não toda aquela conversa furada que já nos foi dada, o povo clama por um papo reto: O QUE VAMOS FAZER COM A TAXA?

Abra espaço pra discussões!

Não há meios alternativos para bancar a coleta do lixo?
Não há como baratear os valores, não há como buscar ajuda dos poderes de âmbito estadual e nacional?

Sinceramente, se NADA for feito, vai dar na cara que realmente a intenção da taxa não é melhorar a coleta. Aí, cada um que tire suas próprias conclusões...

O recado foi dado, e, quem sabe não faremos algo ainda maior...

O povo é quem manda!

(Ramón Dias)